Dieta.
Uma mera
busca pela palavra no Google, retorna 135.000.000 resultados aproximadamente.
Claramente, é algo que está a rondar a cabeça das pessoas... a preocupação com
a barriga. Dieta da linhaça, Dieta dos pontos, Dieta da Proteína, Dieta dos
Sete dias, dos três macacos mancos, da Lua cheia de Iggdrazil... haja
informação!
E muitos destes links, destes livrinhos de
jornaleiro, e livros não tão jornalerísticos assim, raramente concordam uns com
os outros. Um diz que você tem de comer uma maçã a cada lua nova pra resetar
seu metabolismo. Outro diz que você tem de comer mais carboidratos pra ter
energia. Em outro lugar, carne vermelha demais engorda, gordura engorda, mas
talvez emagreça. É o caos. E as pessoas se preocupam com a balança. Também
pudera!
Segundo a Associação Médica Brasileira, 65
milhões de pessoas, 40% da população está com sobrepeso. E destes, 10 milhões
são considerados obesos. Deixe esse número flutuar em sua cabeça por um
instante. D.E.Z. Dez. Aquilo que você faz com as duas mãos abertas quando quer
indicar que tem muito de alguma coisa. Agora só imagine que além das suas duas
mãos tem uma multidão fazendo o mesmo. É isso aí. Todos esses dedinhos são
pessoas obesas. É um problema sério.
Em estudos epidemiológicos, o diagnóstico da obesidade é feito a partir do Índice de Massa Corporal (IMC), obtido pela divisão entre o peso (medido em quilogramas) e o quadrado da altura (medida em metros) (WHO, 2000). O excesso de peso é diagnosticado quando o IMC alcança valor igual ou superior a 25 kg/metro quadradado, enquanto que a obesidade é diagnosticada a partir do IMC de 30 kg/metro quadrado.
Porque as pessoas engordam? Será porque não nos mexemos o suficiente?
Normalmente a obesidade é estigmatizada
como o resultado inevitável de uma vida sedentária. Logo, é comum que as
pessoas obesas sofram certo preconceito.
Mas será que a falta de atividade é a única
culpada, ou mesmo a principal culpada destes números inflados? (Piada não
intencional).
Uma maneira de começar a responder a esta
pergunta, é com outra pergunta, ignorando solenemente os ensinamentos de Seu
Madruga de que “Somente os burros respondem uma pergunta com outra pergunta”,
por uma boa causa.
Será que o que comemos não tem pelo menos
parte da culpa? E se tem, o que deveríamos estar comendo?
Para responder esta pergunta, vamos viajar
no tempo... para uma era inóspita, arcaica e demasiadamente branca. As raízes
de nossa história enquanto Homo sapiens. Retornemos, por um breve momento, a
era do gelo.
A
Atual era do gelo (sim você leu corretamente, atual, teus olhos não te iludem fiel leitor), que atende pelo
simpático nome de Glaciação do Pleistoceno, começou 2.58 milhões de anos atrás
e se extende até os dias de hoje.
Há um bocado de evidências arqueológicas
que a forma humana atual desenvolveu-se durante este período, também chamado de
Paleolítico, do grego “pedra antiga”.
Bom, óbvio que as pedras eram antigas nesta
época, mas o que mais é tão antigo quanto e que é críticamente importante?
Nosso código
genético. Nosso genoma, todo o conteúdo genético de nosso organismo, nosso
molde, a planta de como se construir um ser humano. Ele basicamente é o mesmo
desde estes tempos remotos. E nosso genoma dita nossa fisiologia, que pode ser
entendida como a maneira que as reações biológicas ocorrem, o funcionamento das
partes da máquina humana. Qualquer máquina para funcionar precisa de partes
adequadas e funcionais, e cada parte tem suas necessidades. Se fosse um carro
algumas partes tem de ter água fervente em seu interior, enquanto outras partes
precisam estar absolutamente secas.
Disto podemos concluir, por analogia, ó
paciente leitor, que há necessidades diferentes para diferentes órgãos, e que o
desrespeito a estas necessidades resulta naturalmente no mau funcionamento ou
na perca total de função do órgão. E nem todos os órgãos podem dar-se ao luxo
de trabalhar mal sem conseqüências mortais para o indivíduo que os carrega.
Enquanto um carro precisa de óleo e outras
substâncias em suas partes para funcionar, nós precisamos de nutrientes.
Nutrientes maiores em tamanho útil, este tamanho digamos que seja o utilizável
por nosso organismo, os chamados macronutrientes (proteínas, carboidratos e
gorduras) e os micronutrientes. Entretanto existe uma variedade imensa de macro
e micro nutrientes, e daí surge grande parte da confusão em termos do que comer
para manter nossa máquina humana funcionando de maneira ótima. Você pode
ingerir nutrientes inadequados, e a máquina humana, resistente e adaptativa
continuará funcionando, mas em baixo rendimento. O que você prefere então,
astuto leitor? Viver ou sobreviver? Andar ou Capengar?
Talvez, entendendo nossos ancestrais,
podemos entender onde podemos melhorar em termos alimentares.
O que então, nossos ancestrais comiam, para
suprir os órgãos com nutrientes adequados?
A resposta é diretamente ligada a como
estes humanos se organizavam socialmente.
Fiquem ligados para a próxima parte, daqui a alguns dias.
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